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Monja Coen: ‘É preciso sentir prazer no autoconhecimento’
Em entrevista exclusiva, a líder espiritual cita a Yoga e a Meditação como fundamentais para o autoconhecimento
Por Helyda Gomes

Se lidar com a Pandemia, o isolamento social e o home office têm sido um desafio para você, saiba que a Yoga e a Meditação são atividades mais do que recomendadas. O ensinamento é da líder espiritual, escritora, influenciadora digital e a budista mais popular do Brasil, Monja Coen, que compartilhou um pouco dos seus ensinamentos nesta entrevista exclusiva à Revista Entre Asanas.
Aos 74 anos e imunizada com as duas doses da vacina contra o Coronavírus, Monja Coen seguiu à risca as recomendações dos órgãos de saúde, evitando sair de casa e usando máscara. Explicou que sentiu falta das caminhadas ao ar livre e de estar mais próxima das pessoas, mas aproveitou o período para escrever oito livros, acompanhar atentamente o noticiário e até ver novelas.
Praticante de Yoga, Monja Coen contou que chegou a parar com a prática devido ao falecimento de sua antiga professora, já que não se sentia à vontade para praticar em grupo, mas já voltou à atividade e também agregou o Pilates à rotina.
“A Yoga é uma prática de meditação em movimento. É um autoconhecimento do corpo e da mente, que não são separados. Gosto muito do nome da revista ‘Entre Asanas’, que significa ‘posturas’. Entre as posturas também estamos em movimento e nos transformando, mas não é só a postura que nos transforma. Eu entro em um Asana e saio de um Asana não só na aula de Yoga, mas na vida”.
Ela ainda comentou uma citação do professor José Hermógenes de Andrade Filho, considerado um dos precursores da Yoga no Brasil, falecido em 2015, aos 94 anos.
“Aos 90 anos o professor Hermógenes já não fazia a postura dos Asanas, mas dizia que a sua vida era Yoga. É preciso estar sempre em um Asana. Como fazer uma Inversa na minha maneira de pensar? Como dar uma Invertida na maneira de me relacionar com o mundo, já que houve essa mudança e assim vai continuar? É preciso se adaptar à mudança. E a mudança também se adapta a nós. A Pandemia nos atravessa, mas nós também atravessamos a Pandemia. Ela nos fere, nos machuca. E isso acontece, principalmente, porque nós não nos cuidamos”.
E continuou:
“Yoga quer dizer religar, conectar-se, estar em contato com você e com o universo, o despertar da mente humana para perceber o uno. Cada um que se modifica é como um átomo. Quando seu coração desperta, você desperta as pessoas à sua volta”
“É preciso sentir prazer no autoconhecimento”
Sobre a dificuldade em nos manter em equilíbrio durante o isolamento social, Monja Coen explicou que muitas pessoas não souberam apreciar estar a sós e fazer a própria rotina,
“Alguns de nós souberam apreciar esta fase questionando o que é essencial na vida, mas outras não. Falamos tanto que queremos ficar mais em casa com os filhos e nos queixamos deles”.
Disse também que é importante perceber as modificações comportamentais causadas em razão do isolamento, para que possamos lidar com isso da melhor forma.
“É preciso sentir prazer no autoconhecimento e entender que nossas mudanças de humor são naturais no processo da Pandemia. Temos que lidar com nossas insatisfações. Penetrar no autoconhecimento é libertador, porque quando nos conhecemos, fazemos escolhas e deixamos de ser manipulados pelos outros. Quando percebemos que ficamos bravos, por exemplo, precisamos pensar o motivo disso. O que o outro quer ao me deixar brava? Pode ser uma forma do outro pedir atenção amorosa. Se pudermos entender isso e mudar nosso comportamento, mudamos a relação com o outro. Muitas pessoas têm medo de mudar a relação”.
E continuou: